Diz-se nas artes marciais que a melhor maneira de evitar um golpe é não estar lá.
O mesmo princípio se aplica quando vamos fazer qualquer atividade de outdoor e queremos evitar uma situação desagradável, o ideal é não nos pormos a jeito para que a lei de murphy entre em ação cumprindo umas básicas regras de segurança.
1. Planear a viagem
Parece óbvio, mas o facto é que frequentemente descuramos este aspecto, que é dos mais importantes. É tão simples como olhar para um mapa e fazer uma estimativa do percurso, antecipar os locais onde potenciais problemas podem acontecer e prepararmo-nos para eles, seja procurando rotas alternativas seja adestrando o equipamento para sermos capazes de os superar.
O plano de viagem, além dos obstáculos pelo caminho contempla ainda os próximos pontos do código de segurança de outdoor:
2. Avisar alguém
Por onde vamos, quanto tempo presumimos demorar e quando estaremos de volta. Idealmente deixamos o nosso plano de viagem com duas pessoas, para que em caso de algo de inesperado acontecer haja quem possa alertar as equipas de socorro no pior dos casos, ou de nos ir buscar caso seja preciso.
O facto de se deixar o plano com duas pessoas permite uma redundância que garante que haverá mesmo alguém a contar com o nosso regresso. Só não se esqueçam de avisar quando voltarem.
3. Ter consciência do tempo
Não apenas do clima, obviamente que é importante saber de antemão com o que vamos contar a nível climatérico para que nos possamos equipar adequadamente, mas com o tempo que vamos demorar. Por hábito estimamos por baixo o tempo que demoramos a fazer percursos na natureza porque não contamos com o cansaço acumulado, a dificuldade de progressão pela irregularidade do terreno, ou apenas com o que perdemos maravilhados com aquela paisagem única.
É assim importante que estejamos conscientes do nosso ritmo de progressão no tipo de ambientes em que nos deslocamos, e dar tempo para apreciar a viagem, e se não temos essa experiência, mais vale estimar por cima, dando uma boa folga, para não sermos surpreendidos pelo cair da noite antes do final do nosso percurso.
4. Conhecer os seus limites
Termos uma boa noção do que somos ou não capazes de fazer, não tanto para que possamos explorar esses limites mas para que possamos manter um ritmo confortável, para podermos apreciar a atividade em si.
Compreendermos também o grau de dificuldade da atividade a que nos propomos, assim como os sinais que antecipam algum problema mais sério, como a desidratação, a exaustão ou a hipotermia.
5. Levar mantimentos suficientes
Garantir que além dos alimentos planeados para a viagem levamos algo extra para alguma eventualidade inesperada pode fazer a diferença entre esperar por socorro com algum conforto ou em agonia.
A água é da maior importância de levar em quantidade suficiente, pois a sua falta irá condicionar rapidamente muitos factores fisiológicos, como a nossa capacidade de tomar decisões acertadas.
6. Levar um kit de sobrevivência
Compreendendo o que é uma situação de sobrevivência e como reagir perante uma, adestramos o nosso kit às necessidades específicas do local, do tempo que vamos demorar e do tempo que demora a sermos socorridos em caso de acidente.
Um kit de sobrevivência não precisa de ser a versão romântica à venda nas lojas mas algo tão simples como um apito e uma bateria extra para o telemóvel, porque a segunda regra da sobrevivência é dar a conhecer a quem nos procura onde estamos (a primeira é seguir este código).
Afinal somos os primeiros responsáveis pela nossa própria segurança.
Bons passeios e vemo-nos no mato!
Por Pedro Alves
Encontra este artigo na Revista Outdoor!
Escola do Mato © All rights reserved