Percurso Pedestre circular e sinalizado, de dificuldade média, a percorrer parte da freguesia de Belinho e os montes da Senhora da Guia, Monte Crasto e Sanfins, num total de 9,5km.
Belinho – Freguesia do concelho de Esposende, distrito de Braga. Freguesia rodeada, a nascente pelas freguesias de Forjães e Vila Chã, a Norte pela freguesia de Antas, a Sul pela freguesia de Mar e a poente pelo Oceano Atlântico é encimada por dois montes, N. Sr.ª da Guia e monte Crasto, que nos oferecem a beleza da costa e o brilho do mar como meta no horizonte. Foi este manancial de beleza natural conjugado com a religiosidade do cume da Senhora da Guia que fizeram nascer a ideia deste percurso assim como o nome que lhe foi atribuído. Impõe-se naturalmente como condição para guiar novos visitantes, seja por terra ou por mar.
Este percurso inicia-se, junto à igreja paroquial ao que se segue a subida do monte por uma pequena escadaria junto das Fontes do Calvário que tantas recordações encerram, seja pela alegria das brincadeiras dos mais novos em tempos idos, ou por evocarem o cheirinho a roupa corada nas ervas em seu redor.
No início da subida, à esquerda, as ruínas de uma azenha. Única na região, pertence à Casa da Boavista cujo nome resulta da bela paisagem que daí se pode alcançar. Atravessamos a urbanização “Terraços de Belinho” e o Centro Social. Do lado direito situa-se uma das capelas da Via-Sacra com longos anos de história.
A descida que se segue encaminha os visitantes pelas ruelas até à rua que faz parte dos Caminhos de S. Tiago. Lá, pode-se apreciar uma das casas mais antigas da freguesia: a Casa dos Tenentes. Esta casa que precede a capela de Santo Amaro ao qual o povo é muito devoto, por ajudar nas maleitas dos ossos. Quando se vira de novo para nascente, à esquerda, mesmo junto ao muro, vê-se um dos marcos da Casa de Bragança que divide as duas freguesias vizinhas (Antas e Belinho). Continua-se a subida por novas ruelas da encosta que culmina com a capela de S. Cristóvão, venerado por ajudar os que têm fastio. Antigamente os romeiros levavam como promessa um saco de pão que teriam de entregar à primeira pessoa que encontrassem. Em tempos de fome muitos eram os que procuravam estas bandas para poderem “matar” a mesma. Este Santo é também o advogado dos viajantes. Daí poderão continuar a deliciar-se com a linda vista que se vislumbra daquele lugar. Do lado direito da capela, aparece o caminho a calcorrear para se poder entrar no interior da mata. Depois da subida, desce-se e chega-se finalmente à poça dos pinheiros mansos, os quais, neste momento, já não se encontram por lá.
Chega-se ao estradão junto da A28 e, depois de percorridas algumas dezenas de metros, à direita, inicia-se uma subida mais íngreme. Logo de seguida encontra-se um nicho, conhecido por Senhora dos Campelos. Aí, algumas crianças diziam ter visto a Nossa Senhora. Continua-se a subida até à estrada em alcatrão, vira-se à direita para se visitar a capela da Senhora da Guia que nos oferece uma paisagem única. Sítio onde se deslocam tantos devotos, a capela da Senhora da Guia sempre guiou os viajantes e os barcos com o seu candeeiro alimentado de azeite para que nunca faltasse esse sinal, visível de muito longe. Pode-se visitar, no local, a gruta do monge Jóia que viveu por estas bandas no séc. XIX. É também o local perfeito para fazer uma pequena pausa e renovar as energias, no seu parque de merenda, espaço perfeito para passar um dia maravilhoso.
Para aqueles que não pretendam andar muita distância, apresenta-se a possibilidade de descer o escadório de granito que vai ter ao local de saída. Sempre com espírito de aventura, segue-se a subida até ao ponto de viragem para depois se continuar na estrada. No final da curva acentuada, à esquerda, aparece a possibilidade de contemplar a freguesia de Forjães e circundantes e ainda, no meio do mato, pode ser visto mais um marco da casa de Bragança, que divide as freguesias de Antas e Belinho. Começa-se a descer e, passadas algumas dezenas de metros, entra-se num caminho, do lado esquerdo, um local de mais árvores. Do lado direito pode-se apreciar uma paisagem soberba. Depois de percorrido o caminho encontra-se um cruzamento. Viramos à esquerda, entra-se logo noutro, à direita. Inicia-se aqui o caminho até ao ponto mais alto da localidade, o Picotinho, onde se encontra um marco geodésico e mais uma vez uma vista maravilhosa: desde o Monte de Santa Tecla, em Espanha às chaminés da Petrogal, em Leça da Palmeira (um ângulo de visão de 200km). Nos dias mais límpidos pode-se ainda avistar o monte do Sameiro, em Braga.
Aparece agora uma descida onde se encontram pequenos espaços do caminho em paralelo. Caminho muitas vezes pisado pelas mulheres que levavam almoços e merendas à cabeça, nos seus bonitos cestos de juta e verga, aos seus maridos trabalhadores da pedra (granito). É uma das profissões mais tradicionais desta terra, que deu origem a grandes canteiros e a escultores da mesma. Chega-se de novo à povoação onde se encontra o marco do Rei, divisória das freguesias de Mar e Belinho. Percorre-se agora um dos caminhos de S. Tiago que atravessa a freguesia, até ao adro da igreja de onde se saiu provavelmente há cerca de três horas atrás.
Termina assim o percurso! Oferece a qualquer caminheiro a possibilidade de carregar consigo bonitas imagens da natureza envolvente desta região e dos locais de fé deste povo nortenho e historicamente tão devoto.
Início | Fim do Percurso:
Junto à igreja paroquial de Belinho
Duração: 3 horas
Distância: 9,5 Km
Nível de dificuldade: Médio
Entidade promotora:
CM Esposende